domingo, 3 de outubro de 2010

DESABAFO

Meu nome hoje é contradição, pois estou transitando entre a revolta e a esperança (pouca, bem pouca, confesso).

Quando comecei este blog, disse logo que não queria rotulá-lo. Ele não é de scrap ou qualquer outra especificidade. Meu intuito sempre foi fazer dele um instrumento de expressão. Mas, o que acaba acontecendo é que quando estou "com o juízo apertado" acabo poupando quem vem aqui, a não ser que seja uma questão de interesse mais coletivo.

Este fim de semana, em especial, já tinha 2 posts divertidos e cheios de alegria, porque foi assim que acordei 6ª e sábado: muito feliz, por uma infinidade de motivos e, ao mesmo tempo, porque não havia motivo para ser diferente!

Só que ontem, quando íamos almoçar com uns amigos, recebemos a notícia do assassinato de um colega do meu Marido. Todo dia vemos inúmeras notícias que nos levam a refletir sobre a violência e sobre como ela impacta nossas vidas. Mas, é inegável que quando algo acontece com uma pessoa conhecida, é como se "ela" – a violência, tivesse chegado mais perto e nos alcançasse concretamente.

De tantas notícias que assistimos, a violência hoje é quase banalizada e procuro me fortalecer para não me tornar mais refém do que efetivamente somos desta situação absurda que aprisiona nossa sociedade. (Preocupo-me com meu filho adolescente, mas não quero que meu cuidado se transforme em neurose a ponto de impedi-lo de viver, por exemplo. Mas é um trabalho árduo...)

É muito cruel saber que alguém (conhecido ou não) acordou numa manhã de sábado com sua família em pânico porque sua casa estava sendo invadida. Que metralharam a casa tentando entrar e foram embora por falta de munição. Que a pessoa ficou de 10 a 20min tentando ligar para a polícia e não conseguiu pedir socorro. Que após enconder dois filhos de 6 e 8 anos, esposa e mãe (que estava visitando-os), este homem foi atingido por uma bala na cabeça e, enquanto agonizava, tentou mais uma vez pedir ajuda, sem conseguir.

Pensar que estes cerca de 15min poderiam ter mudado a vida de uma família que agora encontra-se num avião de volta a sua terra natal e não pode sequer velar aqui o corpo do seu ente querido, por medo. Uma família que não voltou à casa sequer para pegar seus pertences, com medo de serem mortos. Tudo porque este homem, de pouco mais de 40 anos, denunciou à polícia um tiroteio que acontecera próximo a sua casa.

Não quero me estender, porque não tenho propósito jornalístico, aliás, meu único propósito é desabafar e refletir "em voz alta". Mas, não há como deixar de pensar "que país é este", que mundo é este?

Hoje nosso país sai às urnas e, confesso, nunca estive tão sem esperanças (logo eu que comecei a votar com 16 anos e fui mesária por vontade própria em umas 10 eleições +-). Há grande possibilidade que a eleição no meu estado e em nosso país seja definida no 1º turno, o que significa que o pouco caso, a incompetência, práticas imorais e a improbidade administrativa provavelmente terão continuidade. No caso do nosso estado, dá pena e revolta de ver o lixo e a violência tomando conta e a omissão das administrações municipal e estadual... (há alguns anos, não imaginei que pudesse ficar pior do que estava...).

Agora há pouco, ouvi por acaso no Globo Esporte uma reportagem sobre um adolescente da Vila Cruzeiro, no Rio, que deixou o narcotráfico há cerca de 1 mês acolhido por um programa da iniciativa privada que utiliza o esporte para resgatar crianças e adolescentes, e também incentivado por Madona. E foi por isso, e não pela possibilidade de renovação política, que me senti tocada por um fio de esperança...

Não estou muito boa para escrever hoje, as palavras estão fugindo... Vou terminar por aqui.

Agradeço sua atenção e peço que ore por esta (e tantas outras famílias) para que encontrem conforto e forças para seguir em frente.

"Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu posso e sabedoria para que eu saiba a diferença"

Um beijo grande e que a esperança prevaleça sobre a revolta e o desespero...

6 comentários:

  1. Claudinha, estamos orando por mais essa família atingida tão brutalmente pela violência. Confie em Deus, que Ele sempre nos deixa um pouco de esperança.

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  2. Amoreeee q coisa mais ruim nossa o nosso mundo ta tão violento uma coisa triste mesmo !!!
    Mas se Deus quiser essa família ficara bem viu!!!
    Querida e lógico-oooo q adoraria ter vc aqui imagina um prazer viu, vê aí a Megui vem no feriado de 2 de novembro já pensou vc aqui fazendo agente ri muitoooo ahhh pode vim sim ok!!!
    Amoree aproveita a feira por mim faz bastante bagunça e leva essa alegria toda pra SP , bjooooo!!!!

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  3. Claudinha!!!
    nossa...que triste...a gente sente de perto mesmo!!!muita luz pra vc e pra essa familia que necessita de muito apoio emocional!!
    querote ver na feira...viuuu...vou te procurar lá!!...nos intervalos do curso...mas...na pizzada com certeza nê!!!...ahh...vai ter um jantar q a Lu W está organizando na quinta..vou te mandar um e-mail!!!
    meninaaaa...quero q vc venha simmm pra Recife...pra a gente ficar lá nas casas de Alê em Porto é bommmm demais...e ainda com a sua animação...será showww!!!...
    bjinhos e até a feira!!!

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  4. tem dias que a vida fica difícil, né, amora? Nessas horas o que consola meu coraçao o suficiente pra seguir em frente é lembrar do carinho dos meus amigos! Espero que te ajude tb!
    Bjs mil!

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  5. Claudinha querida,

    Cheguei aqui agora só após te mandar um e-mail com votos de linda semana e ótima viagem. Completamente consternada e triste com essa história, desejo a você, a seu marido e a essa família, muita luz e força para superar esse momento tão brutal.
    Faço minhas as suas palavras de indignidade com todo o descaso que estamos vivendo.
    Bj no coração, literalmente, no coração.
    Lu

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  6. É Claudinha,foi horrível receber essa notícia, o clima pesou na hora...que mundo é esse que estamos vivendo, dá medo de tudo...Vamos orar para que com a ajuda de Deus essa família consiga se restruturar...BJO!

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